Uma condição muito importante para uma oração eficaz é comprometer-se a seguir um estilo de vida de retidão diante de Deus e das pessoas, conforme indicado em Tiago 5.16: “A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos.” Esta condição bíblica é frequentemente minimizada ou totalmente ignorada, mesmo por pessoas que estão profundamente envolvidas no movimento de oração e adoração hoje.
Uma pessoa justa é qualquer cristão que estabelece em seu coração obedecer a Jesus enquanto busca andar em um caráter piedoso com um estilo de vida que pratica a verdade (1 João 1.6). É muito importante preparar nossos corações para obedecer, mesmo que falhemos em ter uma obediência madura e consistente.
Não existe uma pessoa tão madura em justiça que esteja acima de todas as tentações e nunca falhe em sua caminhada com Deus. Em outras palavras, as orações de uma “pessoa justa” incluem as orações de pessoas imperfeitas e fracas – como você e eu – que buscam sinceramente andar em retidão mesmo quando tropeçamos em nossa fraqueza. Estou muito grato pela gloriosa realidade da graça de Deus!
O apóstolo João declarou que o Senhor nos ouve e responde porque guardamos Seus mandamentos e fazemos o que Lhe agrada: “E qualquer coisa que Lhe pedirmos, Dele a receberemos, porque guardamos os Seus mandamentos e fazemos o que é agradável à Sua vista” (1 João 3.22 ACF). A oração não substitui a obediência.
Conheço pessoas que imaginam que, se orarem e jejuarem mais, podem praticar um pouco de imoralidade ou ser desonestas em suas finanças ou caluniar as pessoas que causam pressão em suas vidas. Eles acham que o fato de serem extremamente zelosos nas disciplinas espirituais irá equilibrar as áreas de comprometimento persistente. Porém orar mais não compensa os pecados não arrependidos que continuamos a cometer deliberadamente, como este versículo de Isaías deixa claro: “Os vossos pecados encobrem o Seu rosto de vós, para que vos não ouça” (Isaías 59.2 ACF).
A oração é muito mais entediante e difícil se procurarmos viver uma parte de nossas vidas como se ela pertencesse a Deus e a outra parte como se ela pertencesse a nós. Existe uma relação dinâmica entre nosso estilo de vida e nossa capacidade de desfrutar a oração. Nossa capacidade espiritual de experimentar e desfrutar Deus aumenta à medida que caminhamos em pureza. Jesus enfatizou esta verdade no Sermão do Monte: “Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus” (Mateus 5.8 ACF).
Onde houver concessão contínua e intencional em nossas vidas, isso dificultará muito nosso crescimento espiritual e nossa capacidade de concordar com Deus em oração. O pecado impede nosso amor por ele. Devemos buscar sinceramente viver em obediência de todo o coração, porque a obediência não é opcional na vida do reino.
Quando falhamos em nossa obediência, devemos reconhecer e confessar isso, ao invés de tentar racionalizar. Chamamos isso de pecado, nos arrependemos dele e recebemos gratuitamente o perdão de Deus. Em seguida, nós “pressionamos deletar” e imediatamente nos levantamos, mais uma vez, com confiança na presença de Deus. Andar em obediência não é sobre buscar obter as respostas às nossas orações; é sobre viver de acordo com o amor, porque Deus é amor.
A verdade da necessidade de guardar os mandamentos de Deus é esquecida por alguns que ensinam sobre a oração. É mais comum enfatizar nossa autoridade em Cristo. Essa também é uma verdade essencial, mas o estilo de vida de quem ora é importante. O que fazemos negativamente e o que deixamos de fazer de forma positiva afetam profundamente nossa vida de oração.
Oração que é fervorosa
Usando o profeta Elias como exemplo, o apóstolo Tiago ensinou que uma das características da oração eficaz é o fervor na oração: “Elias. . . orou fervorosamente para que não chovesse; e não choveu” (Tiago 5.17 NVI). O que significa ser fervoroso? É importante entender o que é oração fervorosa porque essa é uma das condições primárias para uma oração eficaz, conforme estabelecido nas Escrituras.
Dois aspectos da oração fervorosa
Primeiro, a oração fervorosa vem de um coração que está comprometido com Deus. Ser fervoroso implica não orar mecanicamente ou apenas cumprir formalidades. Ser fervoroso é o oposto de lançar nossas orações ao vento desapercebidamente. Nós devemos concentrar nossas mentes e atenção no Senhor quando oramos.
Em segundo lugar, a oração fervorosa é a oração persistente (Mateus 7.7-8; Lucas 11.5-10; 18.1,7). A palavra grega proseuche traduzida como “fervorosamente” em Tiago 5 significa literalmente “ele orava com oração”, que é uma expressão que exprime persistência na oração. Portanto, os tradutores afirmaram sobre Elias que ele “orou fervorosamente”.
Devemos nos recusar a ter respostas negadas às orações que estão de acordo com a vontade de Deus. Não devemos parar de pedir e agradecer a Deus pelas respostas até que as vejamos com nossos olhos. Não devemos ser indiferentes a respeito de nossos pedidos de oração, mas persistentes e tenazes.
Jesus ensinou uma parábola sobre a disposição do Pai em responder às orações, que está registrada no evangelho de Lucas. Sua mensagem foi que por causa da nossa persistência, o Pai responde. Ele aplicou a parábola exortando-nos a pedir, sabendo que o pedido será atendido; buscar, sabendo que encontraremos; e bater, sabendo que a porta se abrirá (v. 9). Os verbos gregos para “pedir”, “buscar” e “bater” estão na forma nominal de gerúndio. Em outras palavras, devemos pedir e continuar pedindo, buscar e continuar buscando, bater e continuar batendo. A mensagem é um apelo à perseverança.
“Ele se levantará e lhe dará o que precisa por causa da sua insistência. Portanto eu lhes digo: peçam, e receberão. Procurem, e encontrarão. Batam, e a porta lhes será aberta. Pois todos que pedem, recebem. Todos que procuram, encontram. E, para todos que batem, a porta é aberta. (Lucas 11.8-10 NVT).
O apóstolo Paulo nos chamou a orar “com toda perseverança” (Efésios 6.18) e a trabalharmos fervorosamente (Colossenses 4.12) em oração. Quando pedimos casualmente, com pouco esforço para focar nossas mentes no Senhor, ou quando paramos de orar por algo que está na vontade de Deus, mostramos que não valorizamos o que estamos orando. Como vemos na profecia de Jeremias, quando prezamos muito algo, buscaremos ao Senhor por isso com todo o nosso coração: “’Vocês me buscarão e me acharão quando me buscarem de todo o coração’” (Jeremias 29.13 NAA).
Mike Bickle
Diretor da IHOPKC / Presidente da IHOPU
É diretor da Casa Internacional de Oração, uma base missionária com foco em oração 24/7 com adoração. Ele também é o fundador da International House of Prayer University (Universidade da Casa Internacional de Oração), que inclui ministério em tempo integral, escolas de música e de mídia.
Ele é autor de vários livros, incluindo Crescendo em Oração, Paixão por Jesus, A Resposta de Deus à Crescente Crise, Crescendo no Profético e Orações para Fortalecer Seu Homem Interior. Mike e sua esposa, Diane, têm dois filhos casados e seis netos.
Traduzido e adaptado por: Jadson Carvalho
Fonte: IHOPU